noticias332 Seja bem vindo ao nosso site O Flashback!

ANOS 70

Toca Raul': o 'maluco beleza' que misturou rock americano com baião

Publicada em 06/04/25 às 15:13h - 3 visualizações

O Flashback


Compartilhe
Compartilhar a noticia Toca Raul': o 'maluco beleza' que misturou rock americano com baião  Compartilhar a noticia Toca Raul': o 'maluco beleza' que misturou rock americano com baião  Compartilhar a noticia Toca Raul': o 'maluco beleza' que misturou rock americano com baião

Link da Notícia:

Toca Raul': o 'maluco beleza' que misturou rock americano com baião
 (Foto: O Flashback)

Dois dias depois do lançamento de seu décimo-quinto disco, A Panela do Diabo, Raul Seixas foi encontrado morto sobre sua cama, por volta das 8h da manhã, em seu apartamento em São Paulo.

Era 21 de agosto de 1989 e o músico, um dos maiores da história do Brasil, tinha apenas 44 anos. Alcoólatra e diabético, não havia tomado insulina na véspera. Oficialmente, morreu de parada cardíaca após uma pancreatite fulminante.

Com músicas como Capinteiro do Universo e Pastor João e a Igreja Invisível, o disco vendeu 150 mil cópias e rendeu ao artista um póstumo disco de ouro.

Debilitado, Raul Seixas estava longe do auge experimentado na década anterior — mas já havia conquistado seu lugar na música.

Trinta e cinco anos depois, suas composições ainda embalam festas e rodinhas de violão, fazem a cabeça de jovens e o "toca Raul" virou um sonoro pedido com contornos de meme.

Para especialistas no cancioneiro seixeano, a eternidade do artista é decorrente da capacidade poética que ele tinha de se fazer entendido por todo tipo de pessoa, trafegando por gêneros, estilos e temas.

“Raul tinha uma proximidade legítima com as ruas, com o povo, com as aflições brasileiras”, analisa o jornalista e crítico musical Jotabê Medeiros, autor da biografia Raul Seixas: Não Diga Que a Canção Está Perdida.

"Isso dotou sua música de uma característica de diagnóstico das mazelas nacionais, assim como carregou para as letras uma linguagem que é imediatamente compreendida por todo o espectro da população, seja por garis, playboys, hippies, sambistas, dodecafonistas, cirurgiões do [hospital Albert] Einstein e seguranças de inferninho."

Para Medeiros, estas condições se tornaram o "passaporte para a eternidade" do músico.

"Combinar o rock de Elvis com o baião foi a fórmula certa para ele chamar a atenção do público e da mídia", comenta o escritor e tradutor Vitor Cei, professor de literatura na Universidade Federal do Espírito Santo e autor do livro Novo Aeon: Raul Seixas no Torvelinho do Seu Tempo.

"Esse sincretismo, que não é exclusividade dele, pois já existia no Tropicalismo, é um legado estético. O legado ético de Raul Seixas para as gerações futuras foi registrado por ele na canção-testamento Geração da Luz [de 1984], escrita em parceria com Kika Seixas [que foi sua quarta companheira, com quem esteve junto de 1979 a 1984]: 'Meu testamento deixo minha lucidez/ Vocês vão ter um mundo bem melhor que o meu!'.

"A obra de Raul Seixas permanece importante por sua força imaginativa, utópica, por sua expressão e percepção das possibilidades que permeiam a vida contemporânea", completa Cei.

Autor de, entre outros livros, 'História da Música Popular Brasileira Sem Preconceitos', o jornalista, escritor e historiador da música Rodrigo Faour define Raul Seixas como "um de nossos roqueiros mais interessantes e originais".

"Ele foi, mesmo sem querer sê-lo com esse rótulo, um roqueiro 'tropicalista'. Porém menos conceitual e mais popular do que Os Mutantes e aquela turma. Tropicalista porque misturou brega e chique, rock com baião, xaxado, embolada, bolero, twist, sons de terreiros e outras levadas", contextualiza.

"Às vezes foi paródico, além de costurar letras bastante ousadas e vanguardistas. A diferença é que o fez com uma linguagem musical e poética menos rebuscada e mais popular, mesmo que com alguns experimentalismos e fusões, com mensagens diretas e bem humoradas."

Para o músico, compositor e diretor de arte Bruno Leo Ribeiro, do podcast Silêncio no Estúdio, a genialidade de Raul está materializada no fato de que "qualquer disco" dele "parece uma coletânea", de tantos hits.

"São músicas simples, com melodias memoráveis e letras que são o puro suco da brasilidade. Acho que soma tudo isso com um certo ar misterioso. De um artista que, infelizmente, não está mais por aqui há muito tempo. E ele passa esse carisma leve e divertido que muita gente busca na música."

"Misturar rock com blues, folk, country e ritmos nordestinos foi uma grande sacada. Ele sabia que precisa se diferenciar. Não bastava pra ele só pegar as referências dos […] Estados Unidos, ele queria mais. Por isso ele foi um inovador", completa Ribeiro.




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:








Nosso Whatsapp

 35 9 88511895

Copyright (c) 2025 - O Flashback
Converse conosco pelo Whatsapp!